Problemas mais frequentes: Síndrome do Túnel do Carpo

O que é a Sd. do Túnel do Carpo?

A Síndrome do Túnel do Carpo (STC) é a compressão do nervo mediano na região da mão e do punho. Ela é a síndrome compressiva nervosa mais freqüente e acomete principalmente mulheres entre os 35 e 50 anos e mulheres acima de 60 anos. Em homens, a ocorrência é bem menos frequente e usualmente menos intensa. Sua causa é multifatorial e pode estar associada à inflamação dos tendões flexores dos dedos.

O túnel do carpo se assemelha a um túnel de ponta cabeça, onde o teto seria os ossos do carpo e o asfalto seria o ligamento transverso do carpo. Por dentro desse túnel, passam 9 tendões flexores e o nervo mediano. O processo inflamatório provoca um inchaço dessas estruturas e o túnel fica apertado, comprimindo e limitando o deslizamento do nervo dentro do túnel. O nervo reage com espessamento do epineuro externo e interno o que agrava ainda mais o quadro compressivo e a inflamação.

Algumas condições ou doenças predispõem o desenvolvimento desta patologia. A gravidez é uma causa frequente de STC, pois o corpo da mulher fica inchado durante a gestação. A artrite reumatóide e outras doenças de depósito também favorecem o desenvolvimento da STC, pois provocam sinovite dos flexores do punho.

Diagnóstico

O diagnóstico pode ser feito exclusivamente através do histórico de sintomas do paciente e do exame físico, através de testes específicos (Teste de Phalen e Tinel). Os sintomas podem ser variáveis, mas a sensação de mão inchada, a dormência e o formigamento dos dedos são muito comuns e costumam piorar à noite e durante atividades como dirigir e falar ao telefone. Choques ocasionais e desconforto no trajeto do nervo também podem ocorrer. Nos casos mais graves, pode ocorrer atrofia muscular e perda de alguns movimentos do polegar, além de perda da sensibilidade do polegar, dedos indicador, médio e anular. Também é muito comum os pacientes relatarem perda de firmeza nas mãos e derrubar objetos das mãos.

Tratamento

Nos casos iniciais, a utilização de imobilização noturna por 4 semanas associada a anti-inflamatórios, resolve o problema na maioria das vezes. Nos casos moderados, a complementação com terapia ocupacional para melhora da inflamação e da excursão do nervo mediano é sempre válida. Nos casos mais graves ou nos casos onde ocorre falha no tratamento conservador, o tratamento cirúrgico através da descompressão do túnel do carpo é a melhor opção.

A cirurgia para descompressão do túnel do carpo é um procedimento relativamente simples, rápido e seguro. Quando bem indicada, resolve o problema em mais de 90% dos casos. Ela pode ser feita através de cirurgia aberta tradicional ou através de técnica minimamente invasiva com auxílio da artroscopia. Ambos os métodos são válidos e eficazes em aliviar os sintomas da STC.

As principais vantagens do método artroscópico é o tamanho reduzido da incisão (1 cm) e a localização da incisão que promove uma cicatrização menos dolorosa e com menos fibrose. A desvantagem do método é sua maior complexidade e a maior chance de complicações mais sérias, como liberação incompleta do ligamento ou lesão variável do nervo mediano. Esse método deve ser reservado aos cirurgiões de mão que tem ampla experiência prévia com o método aberto tradicional e operam STC com alguma frequência. Para os profissionais com menor experiência e não-especialistas, o método tradicional aberto é mais seguro. Ambos os métodos podem ser realizados com anestesia geral, bloqueio ou local.

Como é o pós-operatório?

O paciente geralmente recebe alta no mesmo dia da cirurgia, com uma imobilização curta no punho. A imobilização é descontinuada após 1 semana de pós-operatório e o paciente é liberado para movimentar o punho e dedos livremente, mas sem grandes esforços. Os pontos são removidos com cerca de 10 a 14 dias e o paciente é orientado a realizar terapia ocupacional para tratamento da cicatriz e redução do inchaço. Com cerca de 1 mês de pós-operatório o paciente é orientado a retomar gradualmente todas suas atividades do dia-a-dia, inclusive dirigir. A recuperação para o retorno às atividades mais intensas, inclusive esportes, é encorajada ao redor de 8 semanas.

As complicações são pouco frequentes (<10%) e na maioria dos casos passageiras, tais como fibrose pericicatricial e dor residual peri-incisional. A descompressão incompleta do ligamento transverso do carpo e a lesão do nervo mediano são complicações mais graves e que geralmente necessitam de uma nova cirurgia para corrigir o problema. Seus sintomas são a manutenção ou até piora do quadro de dor ou dormência na mão por um período superior a 3-6 meses, apesar de reabilitação adequada.  Essas complicações são mais frequentes pelo método artroscópico e por isso este método deve ser executado de preferência por especialistas e profissionais com maior experiência.

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