Problemas mais frequentes: Paralisia Obstétrica do Plexo Braquial

O que é PO?
• Também conhecida como Paralisia Obstétrica (PO), é uma lesão traumática dos nervos responsáveis pela movimentação e sensibilidade de todo o ombro, braço, cotovelo, punho e mão no momento do parto.
• A principal causa é uma desproporção entre o canal do parto (mãe) e o tamanho do bebê.
• Os principais fatores de risco são: bebês grandes > 4 kgs (macrossomia fetal), diabetes gestacional, multíparas, partos difíceis e prolongados.

Como identificar uma criança com PO?
• A apresentação mais típica é a de um recém-nascido  com ausência de movimentação do ombro e do cotovelo. A criança permanece a maior parte do tempo com o braço junto ao corpo e a mão virada para dentro.  A assimetria das pregas cutâneas e o encurtamento relativo do braço comprometido também são sinais importantes. Deve-se atentar para outras patologias que podem causar déficit de mobilidade do braço tais como, fraturas do úmero e da clavícula além de infecções como pioartrite do ombro.

Diagnóstico
• Exames complementares: os melhores exames para diagnosticar a displasia do ombro é a RMN ou TC. Damos sempre preferência a RMN devido ao menor grau de radiação emitida em relação a TC.
• Mesmo quando há recuperação espontânea de alguns dos nervos estirados, cerca de 80% das crianças evoluem com limitações funcionais que são mais evidentes nos ombros. A criança não consegue levantar muito o braço e tem dificuldade para leva a mão a boca e a nuca.
• Esta deformidades são causadas por um desbalanço da musculatura do ombro que a médio prazo também acarreta deformidades ou displasias osteoarticulares no ombro, caso o desbalanço não seja corrigido.
Incidência da PO no Brasil
• Nos EUA é de 0,38 a 1,56 por cada 1000 nascidos vivos.
• Não existe nenhum estudo da incidência de PO no Brasil, mas seguramente a incidência é maior que nos EUA, pois a assistência pré-natal no Brasil é menos abrangente que nos EUA.

Tratamento da PO
• O tratamento da PO necessita de uma abordagem multidisciplinar e integrada.
• Os casos encaminhados precocemente (recém-nascidos) são os de melhor prognóstico. A abordagem inicial consiste na orientação dos pais e na prevenção de deformidades e posturas viciosas do ombro e do cotovelo. Nessa etapa, a participação de uma terapeuta ocupacional é fundamental. É ela quem vai conduzir e orientar os pais nos exercícios diários de alongamento da musculatura encurtada e fortalecimento da musculatura enfraquecida.
• Se após 6 a 9 meses não houver uma recuperação neurológica adequada, as crianças são submetidas a cirurgia para reconstrução dos nervos lesados através da microcirurgia. Essas cirurgias envolvem a reconstrução das raízes lesadas do plexo braquial com a utilização de enxertos de nervos (nervo sural) que são retirados das pernas, em combinação com as transferências de nervos não lesados para suprir as funções mais importantes do ombro e cotovelo.
• Nos casos encaminhados mais tardiamente ou que tiveram uma recuperação neurológica incompleta, o tratamento é focado nas sequelas presentes no ombro principalmente. Esses pacientes são submetidos a cirurgias para reversão de contraturas e deformidades do ombro e para rebalanceamento da musculatura visando a melhora funcional do braço acometido. A via-de-acesso axilar permite uma abordagem ampla e completa das estruturas comprometidas do ombro, possibilitando a realização de alongamentos e transferências musculares. Sua principal vantagem consiste numa liberação gradual das estruturas comprometidas, sendo portanto menos agressiva e com menor potencial de sequelas, como a perda da rotação interna do ombro. Outra grande vantagem da via axilar é que a incisão de pele fica bem oculta na região axilar, com resultado estético muito superior a via delto-peitoral clássica e a via posterior. Novamente, uam boa equipe de terapia ocupacional é de grande importância nessas crianças, através da reabilitação pós-operatória e confecção de órteses que substituem o incômodo gesso no período pós-operatório de cirurgias do ombro.

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