Problemas mais frequentes: Dedo-em-Gatilho

O dedo-em-gatilho é uma patologia muito comum e pode comprometer qualquer um dos dedos das mãos. Os dedos longo e anelar são os mais frequentemente acometidos em adultos, enquanto o polegar é o mais acometido em crianças.

O principal sintoma é o travamento em flexão do dedo envolvido, durante atividades da vida diária. Durante o episódio de travamento o paciente sente um estalo no dedo e tem dificuldade para desdobrar o dedo. A dor também é um sintoma freqüente, podendo até mesmo preceder o quadro de travamento (gatilho pré-clínico).

Os sintomas são de início insidioso e costumam ser piores pela manhã ao acordar. De início, os travamentos são leves e pouco dolorosos. Não é raro o paciente se queixar de dor na região da polia A1 (prega palmar) sem episódios de travamento, bem no início da doença (fase pré-gatilho). Progressivamente os travamentos se tornam mais frequentes, intensos e dolorosos. A dor pode irradiar para todo o dedo e até para o punho e antebraço, indicando uma tenossinovite secundária do tendão acometido. Nas fases mais avançadas, o travamento pode cessar às custas de uma limitação da mobilidade do dedo, pois o paciente aprende insconsciente o quanto ele pode flexionar o dedo sem provocar o travamento. Menos freqüentemente,  o paciente pode apresentar um travamento fixo e “irredutível”, isto é, o dedo fica permanentemente dobrado sendo muito difícil sua extensão.

O dedo-em-gatilho é causado por uma desproporção entre o tendão flexor e o sistema de polias que o envolve na região dos dedos. Isto provoca um atrito anormal entre o tendão e a polia A1, gerando inflamação e espessamento da polia que tende a agravar ainda mais o quadro, gerando um círculo vicioso.

O tratamento depende da gravidade e duração dos sintomas:

-leve: dor na base do dedo com travamento ocasional matinal de fácil redução e pouco doloroso

-moderado: travamento mais frequente e doloroso que ocorre na flexão forçada do dedo. Nessa fase, para destravar/esticar o dedo é necessário a ajuda da outra mão.

-grave: travamento muito doloroso e de difícil redução. A longo prazo o dedo vai inchando e ocorre dificuldade progressiva ou para flexão completa do dedo ou para extensão completa, com flexo residual.

Nos casos leves, a imobilização provisória do dedo com tala metálica seguido de reabilitação costuma ser eficaz.

Nos casos moderados, a abordagem anterior pode falhar em alguns casos e a infiltração local de corticóide e anestésico tem eficácia em torno de 65%.

Nos casos graves, a eficácia da infiltração é menor e as recidivas são frequentes. O tratamento cirúrgico passa a ser a melhor opção de tratamento.

A cirurgia é relativamente simples e altamente eficaz. Ela é realizada através de um corte pequeno (1 cm) na região palmar do dedo comprometido. A polia A1 é seccionada, descomprimindo o tendão flexor e resolvendo o travamento. A cirurgia pode ser realizada com anestesia local + sedação leve ou com anestesia geral. A alta hospitalar é dada no mesmo dia, como via-de-regra. No pós-operatório, o paciente é orientado a não realizar grandes esforços por 2 semanas, mas nenhum tipo de imobilização rígida do dedo operado é necessário.

Uma alternativa em pacientes que apresentem contra-indicações para a cirurgia devido a problemas de saúde associados é a liberação percutânea com agulha. Ao contrário da infiltração, que é um procedimento consagrado e amplamente empregado pelos ortopedistas, a liberação percutânea da polia A1 não é um consenso entre os profissionais médicos que tratam dessa patologia. Em grande parte, isso se deve a uma falta de parâmetros que indiquem se a polia foi completamente liberada durante o procedimento. O método atual de liberação apenas pelo tato e “feeling”é demasiadamente impreciso e leva a taxas altas de liberação incompleta e recidiva do gatilho (30 a 50%). Nesse contexto, o emprego do USOM faz toda a diferença, pois podemos visualizar diretamente e em tempo real a agulha liberando a polia e a mobilidade do tendão, durante todo o procedimento. Portanto, o emprego do USOM promove uma precisão e efetividade muito maiores do que a liberação percutânea “às cegas”. Esse procedimento pode ser feito no consultório médico com anestesia local, sem necessidade de internação, anestesia geral ou sedação. Com isso, até mesmo pacientes mais idosos ou com graves comodidades, que teriam uma contra-indicação formal a liberação cirúrgica com anestesia geral ou bloqueio, poderiam ser tratados no consultório apenas com anestesia local. Isso também traria uma vantagem econômica marcante, com redução significativa dos custos aos pacientes. Além disso, em tempos de covid, o fato do procedimento ser realizado fora de ambiente hospitalar é outro importante ponto positivo.

 AGENDE UMA CONSULTA

OU UMA TELECONSULTA

11 9982 87055 (WHATSAPP)

Voltar